Baal
HaSulam, “A Essência da Religião e Seu Propósito”: … O Criador é, em Si
mesmo, completo e não precisa de ninguém para ajudá-Lo a completar, uma
vez que precede tudo. Portanto, é claro que Ele não tem qualquer desejo
de receber. E como Ele não tem desejo de receber, Ele é
fundamentalmente desprovido de um desejo de prejudicar alguém; simples
assim.
Além disso, é completamente aceitável para a nossa mente como
o primeiro conceito, que Ele possui um desejo de doar bondade aos
outros, ou seja, às Suas criaturas. E isso é evidentemente demonstrado
pela grande Criação que Ele criou e pôs diante de nossos olhos. Porque
neste mundo há seres que inevitavelmente experimentam um sentimento bom
ou ruim, e esse sentimento vem necessariamente a eles do Criador. E uma
vez que é absolutamente claro que não há nenhum objetivo de prejudicar
na natureza do Criador, isto exige que as criaturas recebam apenas
bondade Dele, pois Ele as criou apenas para lhes doar.
Assim, nós aprendemos que Ele tem apenas o desejo de doar
bondade, e é absolutamente impossível que qualquer nocividade possa
permanecer em Seu domínio, que possa irradiar Dele. Por isso é que temos
definido Ele como “o Bem Absoluto”. E depois que nós aprendemos isso,
nós vamos dar uma olhada na realidade atual que é guiada por Ele, e como
“Ele doa apenas bondade a eles”.
Nós não vemos dessa forma. Para nós, parece que tudo está de cabeça
para baixo neste mundo. Comparado à natureza inanimada, vegetal e
animal, o nível falante sofre muito mais do que os outros. Quanto mais
avançada for a pessoa, maiores serão suas angústias. Então, onde é que
vamos ver o “Bem Absoluto” aqui?
Isto se aplica a outro nível de existência, a um plano de vida
diferente. Aqui, não há vestígios do Bem Absoluto, nem podemos esperar
que, em algum momento, as coisas se tornem melhores. Pelo contrário, ao
longo da história, nós avançamos unicamente pelo mal. A verdade é que
nós nos desenvolvemos a fim de compreender a nossa inclinação ao mal,
que é construída em nossa natureza, nossas propriedades. Não importa
exatamente onde, porque dá no mesmo. É por isso que é inútil ter
esperança ou esperar por coisas positivas neste mundo.
Quanto ao Bem Absoluto (o Criador) e nossa conexão com Ele, nós somos
incapazes de sequer fantasiar sobre isso, uma vez que somos limitados
por nossos limites atuais. Isso não tem absolutamente nada em comum com
este mundo. Não há nenhuma ligação entre este reino e a força superior.
Tudo o que temos aqui é o desejo de receber que continua a mudar. No
entanto, não há nenhum “Bom que faça o bem”, nenhuma “Benevolência
Absoluta”, nenhum Criador!
O objetivo deste mundo é revelar o fato de que não podemos tolerar
este reino por mais tempo. O truque é que devemos revelar este fato e
divulgar as razões que causam este estado. Não só eu estou com dor e
clamo por isso. Esta dor deve explicar por que passo por isso e como me
livrar disso.
Caso contrário, eu vou controlar a minha dor para chegar a um estado
melhor. Isso não significa que não haverá dor na minha vida, embora eu
vá chegar a um nível diferente, mais elevado de conhecimento,
compreensão e percepção, que me permitirá me controlar usando minha
aspiração ao deleite e à aflição como as rédeas para o autocontrole.
Nesta fase, eu não quero me livrar do sofrimento ou me divertir. Eu
começo a entender e a esclarecer exatamente o que deveria aspirar.
Independentemente da minha aversão à aflição e do meu desejo de ser
feliz, eu ainda quero me comportar corretamente. Gradualmente, ao
perseguir este caminho, eu provo o que significa “corretamente”.
Este tipo de análise inicia no nosso estado atual e continua de um
estágio para o outro. Gradualmente, nós começamos a reconhecer as
características potenciais do Bem Absoluto. Leva muito tempo e uma
grande quantidade de esclarecimento. É um processo que torna isto
possível para nós, para definir o que é bom e o que é ruim.
Então, nós consideramos estes conceitos não apenas com base no que
sentimos, mas propositadamente. Assim, nós podemos avançar. Nós subimos
acima da análise “animal” do que é bom e o que é ruim, que é baseada em
nossas sensações positivas ou negativas. Em vez disso, nós mudamos para
uma análise humana que relaciona tudo à meta superior. Nós colocamos a
meta superior à frente de tudo. Somente através da meta superior nós
podemos distinguir entre o bem e o mal.
Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 03/07/13, “Não Há Outro Além Dele”
Nenhum comentário:
Postar um comentário