segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Estágios No Caminho Para Doação


Dr. Michael LaitmanPara alcançar a meta da criação, precisamos desenvolver um desejo por essa meta, um vaso, um lugar onde seremos capazes de imaginar, sentir e realizar esta meta. Tudo depende do tipo e da característica do desejo que precisamos preparar.

Por essa razão, há uma fase inicial, quando a pessoa leva uma vida bestial, cuidando apenas das necessidades materiais: comida, sexo, família, riqueza, respeito e conhecimento, ou seja, desejos naturais com os quais nasceu.

Depois se segue uma fase em que a pessoa começa a procurar o verdadeiro sentido da vida. Ela sente que os prazeres terrenos regulares deixam de satisfazê-la e acha difícil acreditar que nasceu para viver uma vida assim. Ela não acredita que todo o universo infinito só existe para o homem nascer, viver de alguma forma, e morrer. Tem que haver uma meta mais exaltada aqui!

Este é um sinal de que o ponto no coração começou a falar na pessoa, que a obriga a buscar. Agora, a partir deste ponto, ela precisa desenvolver um vaso completo. Esta fase é chamada de “uma vida escassa e infeliz”. É por isso mesmo que a pessoa tenha todas as bênçãos materiais, não irá ajudá-la se ela se limita artificialmente, vivendo de “pão com sal e água”.

A humanidade passou por várias etapas durante seu desenvolvimento: 2000 anos vezes três, num total de 6000 anos de desenvolvimento espiritual do mundo. Nos primeiros dois mil anos houve caos, seguido por 2000 anos de Torá, e os últimos 2000 anos é a era do Messias, a correção final.

É por isso que diferentes leis estavam em vigor em cada período de tempo. Cada período corresponde ao seu nível de desejos: HBT, HGT e NHY, e cada nível é ainda dividido nos mesmos níveis de HBT, HGT e NHY. Desta forma, podemos dividir todo o processo de desenvolvimento em fases cada vez menores, 6000 níveis. Consequentemente, seremos capazes de compreender quais alterações ocorrem em cada parte e durante cada segmento do caminho.

É por isso que durante este período de tempo, as qualidades das almas que entram em nosso mundo para o processo de correção se ajustam à fase concreta de desenvolvimento e pertencem a HBT, HGT ou NHY. No nosso tempo, a correção só é possível pela Luz que Reforma. Durante as gerações anteriores, antes da época dos sábios Talmúdicos, era possível se corrigir restringindo os desejos corpóreos. Afinal, as pessoas naquela época agiam no nível zero do desejo de desfrutar.

Claro, a vida é sentida como escassa precisamente no sentido espiritual. Ela também pode ser dividida em três etapas: a pessoa se encontra na Cabalá e no início não sabe o que está acontecendo, onde se encontra. Ela estuda Cabalá teoricamente, com a esperança de se tornar mais sábia. Ela sonha apenas com o seu próprio sucesso, aumentando seus desejos egoístas, até que entende que a conquista não significa que ela desenvolve os desejos de receber, mas sim que adquire os desejos de doar.

A Luz Circundante ilumina e muda gradualmente a pessoa. Como uma moeda de um centavo que ajuda numa grande soma, ela finalmente começa a entender que esta não é a meta e que não vai conseguir nada desta forma. A forma egoísta em que tentou satisfazer seus desejos egoístas torna-se inaceitável para ela. Agora ela está pronta para tudo, apenas para fazer a transição para os desejos de doação.

Essa mudança é um sinal da transição para o estado de Lo Lishma. Ou seja, a pessoa descobre que não está em Lishma, não está em doação. Tudo o que fez em sua vida, não na vida cotidiana, mas principalmente em termos de sua participação no grupo, nos estudos, e os estados diferentes que passou, tudo isso era apenas para seu próprio benefício, consciente e inconscientemente!
Isto é revelado a ela, mas de forma que ela não fique completamente chateada e possa continuar, que recorra a uma oração e não fuja completamente.Assim é como a pessoa avança até que descobre todos os seus desejos, o que depende de sua aceleração do tempo e perseverança. E o mais importante é o suporte do ambiente, a ajuda mútua que lhe permite fazer a transição de Lo Lishma para Lishma.

Isso se torna possível porque ela criou os vasos, a necessidade de atingir a meta. Isto é expresso como a elevação da oração (MAN), o desejo que visa à Luz, ao Criador, o único que pode fazer alguma coisa, até mesmo mudar a natureza do homem. Não há outra fonte.

Quando a pessoa obtém a intenção de doar, esta intenção é realizada nos próprios desejos que anteriormente eram destinados apenas à satisfação bestial. Ela esperava preenchê-los com a ajuda da Cabalá, egoisticamente, e depois, durante o período do exílio, tentou revelar neles a qualidade de doação. Mas no final, ela recebe a oportunidade de doar nos mesmos desejos, e vê isso como libertação. Este estado é chamado de Lishma, em que ela se torna digna da verdadeira vida, tanto neste mundo quanto no mundo vindouro.

do blog do Dr. Michael Laitman Estágios No Caminho Para Doação

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

De Que Depende A Nossa Vida?


Dr. Michael LaitmanPergunta: Se eu entendi bem, a Cabalá é uma ciência que nos ajuda a avançar. Podemos dizer que tudo está em nossas mãos e o que acontece amanhã depende de nós? Em outras palavras, a vida não depende de oportunidades, mas sim dos nossos esforços, intenções e trabalho
.
Resposta: Não há acidentes na vida! Quanto mais penetramos neste mundo, mais claro percebemos que nada é acidental. Como crianças, nós simplesmente não sabemos as leis da natureza quando exclamamos: “Ops! De repente, caiu e quebrou”. Não é um acidente; é uma falta de conhecimento, uma vez que não temos conhecimento das circunstâncias que causaram esta ocorrência.

Portanto, não há tal coisa de “acidente” na natureza, começando com a menor partícula e terminando com as estruturas mais complicadas. Tudo é pré-determinado e está em conformidade com as leis da natureza. Nós devemos aprender e segui-las e tudo vai ser bom.

Há uma solução muito simples para este problema. A natureza nos mostra os problemas do nosso desequilíbrio com ela na forma de crises. Problemas! Digamos, eu tenho pressão alta; é um problema. Existe uma condição normal e existe uma anormalidade que eu posso medir e comparar com a normalidade e equilibrá-las. Nós chamamos isso de tratar uma doença ou readquirir o equilíbrio, mesmo que seja feito artificialmente.

O mesmo se aplica aqui. Nós estamos num estado de desequilíbrio com a natureza, que nós consideramos como várias crises: na ciência, cultura, finanças, economia, sociedade humana, terrorismo (você escolhe!), incluindo a crise ecológica. Nós temos que nos equilibrar com a natureza, é absolutamente o mesmo sistema: “O que está dentro, também está lá fora”.

A Cabalá nos ensina como ficar em equilíbrio com a natureza. Nós certamente observamos a harmonia na natureza, mas a Cabalá nos ajuda a aprender mais rápido, nada mais do que isso. “Cortar” (se livrar das) as aflições é o único problema a ser resolvido aqui. Nós vamos chegar a esse ponto de qualquer maneira. No entanto, o problema também pode ser resolvido de uma forma muito dramática que é muito mais intenso do que o furacão que recém sobrevivemos.

Imagine que um furacão acontecesse em algum outro lugar, e não em Nova York, mas digamos que num dos muitos países subdesenvolvidos. Como o país lidaria com seus desdobramentos? Ele seria jogado de volta à Idade Média e seria impossível ajudá-los. Talvez eles recebessem um par de aviões com farinha; é isso.

Nós devemos pensar nessas questões. É uma pena que as pessoas não percebam o quão eficaz o “remédio espiritual” pode ser na luta contra os sintomas graves da doença.

Da Convenção na Georgia 05/11/12, Lição 1

do blog do Dr. Michael Laitman De Que Depende A Nossa Vida?

O Criador É Revelado Dentro Da Unidade

Dr. Michael LaitmanO próximo nível depois do amor dos amigos é “amar ao próximo como a si mesmo”. Nós nos conectamos não apenas com o ponto no coração, mas também com todos os outros valores que se complementam como um coro harmonioso. Então, eu começo a amar todos os atributos de todos os amigos, porque eles me complementam e eu os complemento, formando um todo completo.

Através do ponto no coração nós somos capazes de nos conectar a fim de alcançar a equivalência de forma com o Criador. Nós chegamos à equivalência de forma com Ele quando todos os nossos atributos tornam-se completamente conectados, complementares entre si. Portanto, “amar o próximo como a si mesmo” é o nível em que a unidade, isto é, o Criador, revela-se no homem.

Assim, fica claro o quão importante são os meus amigos para mim. O importante é que sem eles sou incapaz de chegar a algum lugar. Somos todos partes de uma criação, nos quebramos e nos sentimos divididos. Todo mundo é egoísta, sente só a si mesmo, e os outros são sentidos apenas na medida em que, de acordo com seus conceitos, podem ajudar ou incomodar a pessoa. Isto significa que os amigos são importantes apenas no trabalho mútuo, e só quando eu constantemente me anulo perante eles sou capaz de me conectar a eles. Esta é a importância do grupo.

A conquista da meta depende do nosso constante desejo a partir do ponto egoísta inicial de cada pessoa, o ponto no coração, através do grupo, da conexão com a revelação do Criador dentro dele. Isto significa a qualidade do Um, Único e Unificado.

O “Criador” é, especificamente, um atributo e não algo que existe pessoalmente. Nós não conseguimos sentir nada na separação. Nós sentimos a manifestação somente na matéria. Assim, quando se fala de certa força, queremos dizer onde e como ela se expressa.

Assim, quando falamos do Criador, queremos falar do atributo de unidade, unicidade, amor, doação, o atributo de abundância, de plenitude que se revela em nós. Caso contrário, não podemos falar de Deus, uma vez que não sabemos como isso pode acontecer externamente a nós.

Portanto, o grupo deve chegar a um estado onde irá demonstrar o atributo do Criador.
Disso surgem muitas conclusões diferentes: “Como fazer um amigo”? Como se relacionar com ele: como superior ou inferior a mim? Como um estudante ou um Rav?

Acontece que todas as respostas estão corretas: também como um igual, também como aluno e também como um Rav. À primeira vista, como ele pode ser igual a mim, se todos nós temos naturezas completamente diferentes!? Ele pode ser igual a mim só numa coisa: eu não sou capaz de alcançar o Criador sem ele e ele não pode sem mim. Parece que desde o início somos parceiros na adversidade.

Depois nós começamos a agir da seguinte maneira: cada um de nós tem que estar acima do amigo, a fim de ajudá-lo, e estar sob o amigo, a fim de saber como receber a inspiração que ele tem, para receber dele o reconhecimento da importância da meta, e ansiar pela unidade. Esse desejo está faltando em cada um de nós e sempre faltará. Só é possível recebê-lo dos outros.

Assim eu trabalho com o amigo: ele é maior que eu, ele é menor do que eu, ele é igual a mim. Então, uma conexão realmente ocorre. O ponto principal deste trabalho é chamado de “Faça-se um Rav e compre um amigo”.


do blog do Dr. Michael Laitman O Criador É Revelado Dentro Da Unidade

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Onde Estão Localizados Nossos Desejos E Pensamentos?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Onde está localizado o desejo de uma pessoa: no corpo, fora dele, no ar, ou ao lado da pessoa?

Resposta: Não há nenhum desejo no corpo. Nós podemos substituir cada órgão no corpo de uma pessoa, fazer quantos transplantes quisermos, mas não causaremos qualquer impacto no ser humano neste corpo.

Quando há meio século o Professor Barnard fez o primeiro transplante de coração na África do Sul, todo mundo se preocupou: “O que vai acontecer com o paciente? O que ele vai sentir depois?”. Absolutamente nada! O coração é simplesmente um mecanismo que bombeia o sangue, nada mais do que isso.

Mesmo se fizermos um transplante de cérebro, nada vai mudar. Nosso cérebro não é uma unidade pensante; ele não cria pensamentos. É apenas um condutor que nos conecta com o campo universal da razão. Nossos desejos também existem no mesmo campo, e não em nossos corpos. Nosso corpo aparentemente existe nesse campo e apenas o percebe. Uma pequena indução trazida até nós é, na verdade, a vida que sentimos.

Pergunta: Em outras palavras, na razão integral, quando a pessoa entra no campo geral do amor, ela começa a usar seu condutor de forma plena e, portanto, desenvolve-o ainda mais?

Resposta: Sim, mas não será o mesmo cérebro que temos atualmente!

Nós só temos uma ferramenta semelhante a uma bobina de indução, que capta o campo exterior e desencadeia certas correntes nele. E o que sentimos é essas correntes, aquelas que somos capazes de reconhecer, controlar e estar cientes. Na realidade, porém, o campo que nos rodeia é tremendamente poderoso e intenso.

Pergunta: Ao intensificar a nossa “bobina” 100%, podemos expandir a nossa consciência?

Resposta: Ela só se expande quando nos conectamos com os outros. Portanto, se quisermos “acionar” a nós mesmos e nos transformar num “solenoide” confiável, temos que penetrar e adquirir os desejos de outras pessoas, para contemplar e sentir como podemos nos aproximar dos outros e ajudá-los a se aproximar uns dos outros.

De KabTV “Conversas com Michael Laitman,” 03/10/12



quinta-feira, 1 de novembro de 2012

De Que Maneira O Ego É Bom?

Dr. Michael LaitmanPergunta: De que forma o ego é bom e como é possível usá-lo beneficamente?

Resposta: O ego é bom, porque é a única energia que existe em nós. É o que nos empurra para frente, nos eleva. Ao longo da evolução ele tem nos elevado constantemente do nível animal para o nível atual.

E hoje nós estamos no ponto onde realmente mudamos. Começamos a compreender que a forma anterior de ego que usávamos se esgotou. Nós não somos capazes de trabalhar mais com ele; deste modo ele nos mostra a crise atual.

Esta é a crise do ego anterior, quando nos o usávamos e parecia que estava tudo bem, tudo estava normal, e era possível continuar desta forma até o final. Mas, de repente, foi revelado que ele tinha se fechado, tinha nos englobado num único sistema, na interdependência completa.

E se nós estamos completamente dependentes uns dos outros, como podemos usar nosso ego? Aos poucos nos tornamos como uma família, onde todos são dependentes um do outro, e eu preciso usar o meu ego, calculando minha dependência dos outros. Isto significa que, desta forma, eu preciso usá-lo de forma diferente, ou seja, já de forma integral, de acordo com o ego dos outros.

Acontece que temos que começar a usar o ego geral que é compartilhado por nós: conectá-lo em conjunto e superá-lo, de modo que a nossa unidade, conexão e apoio serão maior do que o nosso ego pessoal, isto é, para que o nosso ego se torne mútuo, social e coletivo.

Isto significa que o nosso grupo precisa ter um objetivo comum, e nós precisamos alcançar este objetivo mútuo, cada um empurrando nessa direção com seu ego pessoal. Então, todo mundo vai estar pronto para um objetivo comum, uma conexão mútua, e no final nós vamos começar a medir o nosso sucesso conforme a nossa conexão. Isso é muito importante. Assim, o nosso ego não é anulado, mas é simplesmente utilizado conforme o modo que é revelado hoje para a humanidade, ou seja, de uma forma integral.

Da Lição Virtual 21/10/12

do blog do Dr. Michael Laitman De Que Maneira O Ego É Bom?