quarta-feira, 16 de junho de 2010

A Condição Para Escapar Ao Egoísmo



Publicado em 14 / junho / 2010 às 8:50

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Como combino eu a seguinte atitude dualista: por um lado, eu tenho de ver cada um dos amigos como maior que eu, como o maior da geração. Mas pelo outro, eu preciso de vê-los como menores que eu, como se em necessidade do meu cuidado constante?

Minha Resposta: Eu posso facilmente relacionar-me desta maneira como eu faço ao meu filho: ele é mais importante que eu, dado que seus desejos determinam minhas acções. Se ele precisa de alguma coisa, eu largo tudo e faço como ele pede. Todavia, quando eu me volto a ele, eu relaciono-me a ele como alguém que é mais pequeno que eu e não pode lidar sem mim. Segue-se que nós podemos ter esta atitude dualista simultaneamente.

Está compreendido que o desejo comum é mais importante que o meu próprio. Ele é um modelo em miniatura da alma comum e já contém tudo como um holográfo.

Se eu me relacionar a este pequeno grupo com a lei da garantia mútua (digamos que o grupo tenha dez membros), esses dez membros são o mesmo que dez biliões. Não há diferença aqui. Certamente, eu preciso de sair do meu egoísmo, de modo que não importa se eu o faço relativamente a dez ou a dez biliões de pessoas. Se eu revelo o mundo espiritual nelas, então quem é mais importante: eu ou elas?

Por mim mesmo eu não posso revelar nada além desta vida terrena e corpórea. Naturalmente, com respeito ao objectivo, o grupo torna-se mais importante para mim que eu mesmo.

Eu devo aceitar o desejo deles como o meu desejo mais sagrado, como uma lei! Isto é o que nos permite unir. Por outro lado, eu preciso de os percepcionar como menores que eu para sentir que eles precisam da minha ajuda e dar-lhes tudo o que tenho.

Onde quer que falemos sobre amor e união, eu posso considerá-los ambos como um pequeno individuo ou como um grande. Não há contradição aqui. É muito parecido com um bebê em relação a um adulto, onde o bebê se torna mais importante que todos os outros. Uma criança pequena é como a cabeça da família, dado que a família inteira gira em torno dela.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabala 10/06/10, Artigo, “Propósito da Sociedade”
Fonte:http://www.laitman.com.br/2010/06/a-condicao-para-escapar-ao-egoismo/

A Unidade É Uma Nova Realidade



Publicado em 15 / junho / 2010 às 10:35
Uma pergunta que recebi: O que é a unidade? É uma sensação interna ou a revelação de alguma força?

Minha resposta: A unidade é uma nova realidade que nós não temos idéia. É uma nova matéria que nós não tínhamos percebido antes e que tem as qualidades do mundo espiritual: as qualidades da doação. Quando nós nos tornamos incluídos nesta matéria e vivemos nela, nós começamos a revelar uma dimensão nova e diferente, como se estivéssemos em um planeta diferente. Nós revelamos esta dimensão dentro das qualidades desta matéria: em doação.

Assim, a unidade não significa simplesmente uma conexão mútua, boas relações, ou confiança. É a revelação da nova qualidade que não existe em nosso mundo. Quando nós obtemos esta qualidade e nos tornamos semelhantes ao Criador, nós revelamos tudo em nossa mente e sentimentos, em união com Ele.

Não há mais nada a fazer exceto atingir a unidade. Ela está ao nosso alcance. Com relação a isso está escrito: “Faremos e ouviremos”. Isto significa que nós podemos realizar várias ações, desenvolver o nosso esforço, e fazer tudo que está ao nosso alcance. Nós podemos estudar juntos e nos unirmos como os Cabalistas recomendam, como o RABASH escreve em seus artigos.

No entanto, nós não teremos êxito nisso. Nós temos que alcançar o estado descrito como “E eles gritaram a partir dessa obra”. É um grito interno de que nós temos que nos unir, mas somos incapazes de fazê-lo. Somente com este estado de grito interno é que isso ocorrerá. Deve ser uma oração verdadeira, um grito verdadeiro.

Nós já construimos todos os alicerces. Agora, nós só temos que alcançar a qualidade da unidade. A nova matéria, que será revelada como a conexão com os outros é a matéria espiritual. De certa forma, ela já é o vaso espiritual que existia antes da quebra. No momento que nós a revelarmos, que revelarmos a existência espiritual, o Criador será revelado.

Portanto, durante todo o dia, cada um de nós, e todos juntos, deve tentar, o máximo possível, preocupar-se apenas com isso.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 13/06/10, O Zohar

Fonte: http://www.laitman.com.br/2010/06/a-unidade-e-uma-nova-realidade/

terça-feira, 8 de junho de 2010

Para Onde Transferir O Seu Interruptor

Páginas Diárias - 03-06-2010
Páginas Diárias é uma coleção de extratos das aulas diárias do Rav Michael Laitman e Bnei Baruch traduzidas para o Português.



Na Introdução ao Estudo das Dez Sefirot, o Baal HaSulam escreve que se a pessoa está comprometida com a Torá (e a Cabala) por causa de alguma recompensa para o seu egoísmo, é como "uma criada que herda sua patroa". O que isso significa?

Há uma oportunidade de atrair a Luz Circundante sobre si mesma através da prática da Torá. No entanto, seu impacto poderia ser duplo, dependendo da minha intenção. Em vez da correção, isso pode fazer-me ainda pior, como "uma escrava que herda sua patroa". Em vez de elevar-me, tornando-me semelhante ao Criador, a qualidade de doação, eu afundo cada vez mais no egoísmo e no amor-próprio.

Por que nos são dadas essas oportunidades? Não basta simplesmente estudar a Cabala ou a Torá? Não basta apenas estudar. A intenção define o que será de uma pessoa, e ela é o mais importante. É aqui que reside a liberdade de escolha, para onde eu me transfiro sob a influência da Força Superior: ou para baixo, para a recepção, em direção ao meu egoísmo, ou para cima, para a doação, em direção ao Criador.

A própria Torá (a Luz Superior) é neutra; ela pode ser o elixir da vida ou a poção da morte. (A pessoa não percebe que está morta espiritualmente). Como você decidir e escolher, assim será!

Tudo depende da minha atitude para com a Força Superior; por exemplo, a força da eletricidade pode aquecer ou esfriar. A escolha é sua. Você pode estudar a Cabala (a Torá em geral) apenas se desde o início você estabelece o objetivo de atingir a doação (Lishma). Caso contrário, você não deveria sequer abrir o livro. Naturalmente, todo mundo começa a estudar isso egoisticamente (Lo Lishma). Nós não temos outra escolha; nós nascemos neste egoísmo. No entanto, devemos deixar claro que desejamos atingir a doação. A Torá nos é dada exclusivamente para este fim: "Eu criei a inclinação para o mal e entreguei a Torá para a sua correcção".

É isso que devemos ensinar em primeiro lugar. Esta é a primeira diretriz da educação de uma pessoa, no jardim de infância, escola e sociedade. Ela tem que entender que está crescendo, a fim de se unir com todos os outros como iguais, na absoluta doação mútua. E quando, gradualmente, os seus desejos tornam-se revelados, ela tem que começar a aprender Cabala, a fim de aprender a corrigir suas intenções egoístas em altruístas. Isso se chama ir de Lo Lishma à Lishma.

Esta preocupa tanto adultos quanto crianças. Primeiro nós temos de explicar à pessoa que a Cabala e a Torá são entregues a nós apenas com o objetivo de mudar a nossa natureza. Não há nenhuma outra finalidade! Caso contrário, a pessoa só irá aumentar o seu egoísmo com sua ajuda, querendo receber este mundo e o próximo para si mesma.

--Da 3ª parte da Aula Diária de Cabala - 03/06/10

Fonte: http://www.kabbalah.info/brazilkab/paginas-diarias-030610.htm

terça-feira, 1 de junho de 2010

Educação no Mundo Espiritual


Pergunta: Como é que o Superior educa o inferior nos degraus da escada espiritual?

Resposta do Dr. Laitman: O grau Superior transforma-se no seu estado inferior (Katnut) e desce até o inferior apresentando-se a si mesmo ao inferior como menor. Nós fazemos a mesma coisa quando brincamos com crianças. Nós queremos que as crianças tenham sucesso, então nós abaixamo-nos e deixamos-as ganhar o jogo. Nós abaixamo-nos para estabelecer uma conexão com elas.

É como um mentor, que age entre as crianças como se fosse como elas; então, gradualmente, ele começa a mudar, para modelar um comportamento mais desejável, para que as crianças o pudessem ver como um exemplo de uma criança corrigida. Primeiro, o mentor apresenta um exemplo como uma criança, não como um adulto, para que as crianças se possam relacionar a ele. Nós sabemos que as crianças aprendem mais prontamente de outras crianças que dos adultos.

Isto é porque o ambiente impacta as pessoas apenas se as pessoas nele estão como iguais. Amigos devem estar em termos iguais; assim, eles podem servir como exemplo um ao outro. Se eu sinto que um amigo é maior que eu, ele não é mais meu amigo. Eu aprendo do mesmo nível em que eu estou.

A mesma maneira acontece no mundo espiritual. O Superior desce ao inferior e torna-se idêntico ao inferior em tudo, e fazendo isso, ele une-se com o inferior. O inferior não se anula a si mesmo perante o superior, dado que eles são aparentemente iguais; logo, eles podem se unir em termos iguais. Depois disto, o Superior pode ascender e trazer o inferior para cima consigo.

De forma a ascender com o Superior, o inferior deve anular seus desejos de recepção (AHP), mas permanecer unido com o Superior como um igual, nos desejos doadores (Galgalta ve-Eynaim). Assim, quando o Superior desce até mim, eu não o perceberei como um superior, porque ele se tornou como eu. Se um adulto de dois metros brinca com uma criança enquanto combina as emoções da criança e os comportamentos, a criança não o perceberá como um adulto alto. A criança pensa que o adulto é tal como ela. Sem esta similaridade da perspectiva da criança, não haveria qualquer contacto entre eles!

A verdade é que eu não me posso unir com qualquer um se ele não estiver no mesmo degrau comigo, no mesmo nível, nas mesmas qualidades, nem mais, nem menos. Então pode haver uma conexão entre nós, mas não antes!

Isto é como em ondas de alta frequência: se você pisar ligeiramente além dos limites da frequência, a conexão desaparece. É o mesmo para a conexão espiritual: nós temos de alcançar totalmente a congruência exata, nem mais, nem menos, no mesmo nível. Caso contrário, não haverá qualquer contacto; a pessoa não penetrará a outro.

Da 2ª parte da Aula Diária de Cabala - 25/05/10 Shamati #241
Fonte: www.kabbalah.info/brazilkab/paginas-diarias-250510.htm