quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Pico Espiritual Do Mundo

Dr. Michael LaitmanPergunta: Em qualquer pessoa, há uma matriz psicológica de como deve ser um líder. Quando a pessoa vê alguém que é diferente do resto da multidão, ela vê esse indivíduo internamente como uma “unidade distinta”. É verdade que os líderes fanáticos surgem como resultado do fato de que as massas os percebem como tais? É possível ter uma transição harmoniosa, quando em vez de líderes fanáticos haverá sábios que chegaram ao poder? Em outras palavras, os sábios também devem ser também incluídos na matriz psicológica do modo como as pessoas visualizam seus líderes?

Resposta: Sim, é verdade. Para isso, duas condições devem ser observadas. Primeiro de tudo, um sábio deve entender que ele é um líder (ou mesmo um ditador em um sentido) e impor suas ideias sobre a sociedade pelo benefício geral dos outros.

O sábio deve sair do seu espaço restrito e descer ao nível do público geral, a fim de ser aceito pela sociedade e começar a trabalhar para o público. Ele deve criar um pequeno grupo de pessoas e discípulos afins que divulgam suas ideias.

Na verdade, essas pessoas deveriam estar fazendo o trabalho dos profetas. Elas devem ir para o mundo e espalhar (pregar) as ideias do sábio. Em geral, nós já vimos esses exemplos históricos, no momento da criação das novas religiões.

Por um lado, é um trabalho muito sério e importante que o sábio deve realizar. Por outro lado, ele só pode funcionar se a sociedade estiver preparada para isso e se elas mostrar preocupação social e evolucitiva, o que significa que o público precisa do conhecimento que o sábio oferece.

É por isso que o sábio e a sociedade devem se cruzar. A sociedade deve “pegar” o que o sábio está falando, o conceito, e considerá-lo como algo necessário para a sobrevivência. Se este for o caso, sua interação começa: o público deve consentir em aprender com o sábio, em estar “debaixo” e seguir seus discípulos.

Este processo não depende do público, mas sim do nosso desenvolvimento evolutivo. Nosso modo de desenvolvimento é chamado de “crise”, pois não podemos prever nada, e estamos rompendo com o nosso modo de vida anterior.

Em breve veremos as contradições entre o que é possível e o que realmente existe nos seres humanos e civilizações. Num mundo de abundância, haverá fome. Possibilidades ilimitadas de se manter saudável não vão impedir que o mundo inteiro fique doente. Independentemente de ter grandes fontes de energia, o mundo vai sofrer com sua escassez, etc.

Confusa e devastada por inúmeros conflitos e problemas, impotente e atormentada, a humanidade não vai conseguir encontrar a resposta para: “Por que isso está acontecendo com a gente? Para onde isso está nos levando?” Por outro lado, a questão interna vai gradualmente emergir: “Para que eu vivo? Por que eu sofro?”.

É assim que somos construídos neste desenvolvimento evolutivo; nossos desejos internos progressivamente se transformam, e, no final, a humanidade vai desenvolver a necessidade de revelar o sentido da vida. Por isso, nossa próxima etapa está revelando qual o sentido da nossa existência e da existência do universo.

Neste caso, não será difícil para o público determinar quem pode guiá-los: a pessoa que pode tornar a vida deles significativa. Assim, haverá um sábio, seus profetas, os discípulos, os administradores, os educadores, que serão os líderes da sociedade e organizarão a humanidade de uma forma adequada. Este grupo será semelhante ao Sinédrio bíblico e se tornará “o pico espiritual do mundo”.

De KabTV “Através do Tempo”, 18/03/13

Fonte: http://laitman.com.br/2013/09/pico-espiritual-do-mundo/


Forçando Seu “Burro” A Trabalhar

Forçando Seu “Burro” A Trabalhar

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Filosofar Pretensiosamente (Sem Mais Delongas)


Dr. Michael Laitman
Baal HaSulam, “A Sabedoria da Cabalá e a Filosofia”: Se houver qualquer definição que posso explicar o espiritual separado do corporal, esta pertence somente àqueles que atingiram e sentiram algo espiritual. Estes são os verdadeiros Cabalistas; portanto, é a sabedoria da Cabalá que precisamos.

Este mundo material é completamente separado da espiritualidade. Os Cabalistas nos explicam que o nosso mundo material é simplesmente um resultado da nossa imaginação. Depois de acordar, nós veremos que “éramos como sonhadores”. Este sonho, e a nossa existência nele, parece real; no entanto, em sua essência, é imaginário e ilusório.
Porém, nós não somos capazes de fazer a distinção. Há uma realidade e há cinco sensores através dos quais podemos investigar a realidade. Nossa exploração deste reino é chamada de “ciência”, um complexo de conhecimento confiável, que usamos como orientação. Com a ajuda da ciência, as pessoas produzem medicamentos, constroem casas, etc., tornando assim a nossa vida melhor. O conjunto de conhecimentos que chamamos de “ciência” é muito confiável e testado. Isso explica por que a ciência nos torna mais confiantes e nos satisfaz.
No entanto, nós continuamos pensando em “vida após a morte”. Nós não sabemos o que é isso. Fisicamente, a pessoa morre junto com o corpo, e ainda assim não é um segredo que acima disso há certa parte em nós, um componente espiritual. Não há provas sólidas de tal fato; além disso, a sabedoria da Cabalá afirma que não há nenhum elemento espiritual em nós. Aquele que não alcançou a espiritualidade permanece no nível “animal”, físico, por toda a sua vida. Não é por acaso que o Baal HaSulam disse uma vez que não se importava onde o seu “saco de ossos” seria enterrado. No entanto, nós temos a chance de alterar a nossa natureza de forma que, além da nossa existência “animal”, também revelemos a vida em outra dimensão, a realidade espiritual.
É muito simples: tudo o que a pessoa consegue atingir é tudo que ela realmente tem. Fantasiar não vai ajudar; nada deste mundo pode ser relacionado com a espiritualidade. Espiritualidade existe independentemente e se ainda não estamos lá, simplesmente não podemos deliberar sobre isso. Portanto, os cientistas não exploram este tema, uma vez que não têm “ferramentas” relevantes para isso.
No entanto, há uma abordagem especial para a vida, que é chamada de “filosofia”. Ela especula sobre temas que são impossíveis de explorar usando métodos científicos tradicionais. Como resultado, os filósofos vêm com várias opiniões sobre o mundo espiritual, como se sentissem, compreendêssem, ou tivessem acesso a ele. Sem dúvida isso é certamente uma abordagem errada, não científica, que não tem nada a ver com ciência ou senso comum. É tudo uma questão de fantasiar; por isso, não é por acaso que hoje em dia a palavra “filosofia” se tornou pejorativa. Aqueles que estão distante da realidade são chamados de “filósofos”. E com razão.
É por isso que Baal HaSulam era fortemente contra a abordagem filosófica. Anteriormente, quando era impossível revelar a sabedoria da Cabalá às massas, os filósofos podiam falar profusamente sobre os seus pontos de vista. Hoje, a sabedoria da Cabalá se espalha pelo mundo, ao passo que os filósofos continuam a discutir coisas que não têm qualquer contato, confundindo ainda mais as pessoas.
Baal HaSulam explica que as construções filosóficas não têm base e que você não pode ouvir os filósofos, uma vez que eles mistificam e nos confundem, privando a humanidade da oportunidade de acelerar seu progresso na realização da meta da criação. Afinal, a meta da criação não é chegar antes e ficar acima de todas as outras coisas? Se não nos apressarmos, se deixarmos os filósofos nos confundir ainda mais, estaremos provocando sofrimentos adicionais. Isto é o que preocupava o Baal HaSulam.
A propósito, uma pergunta curiosa surge: Como pessoas sóbrias, que pensam, podem fantasiar sobre algo que ainda não alcançaram, não têm provas, e que nunca foi testado ou analisado? Este mistério da filosofia ainda não tem resposta.
Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 02/07/13Escritos do Baal HaSulam



terça-feira, 10 de setembro de 2013

Oposto À Confiança Dos “Senhorios”



Dr. Michael Laitman
Nosso trabalho é descobrir a força superior. E não por uma questão de assegurar-nos por meio da confiança alguma base para nossas vidas, mas, para agradar o Criador. E isso é o oposto da confiança que buscamos em nosso mundo, que é o que nos faz sentir seguros em nosso ego, que temos poder, conhecimento, celeiros cheios, saúde, como donos do país e do mundo.

Mas a confiança no trabalho espiritual não está focada em mim, porque não há nada em mim que possa alcançar o nível superior. Eu preciso descobrir a Luz Superior, descobrir a Luz Superior na vestimenta da confiança; isso significa estar num estado oposto daquilo que é considerado seguro em nosso mundo.
A confiança é o abandono dos meus desejos de recepção. Quanto mais eu subo acima deles e dependo daquilo que é superior, mais eu recebo a Luz da confiança. A separação do estado atual e a integração com o que é superior, tornando possível para eu fazer isso, me dão a sensação de confiança.
Isso acontece justamente quando a pessoa se sente perdida e não está pronta para fazer nada por conta própria. Tudo o que eu tinha antes: algum tipo de compreensão, realização, emoção, conexão com amigos, com o Criador, todas as várias formas de apoio no caminho, tudo isso desaparece. Eu sinto que perdi tudo e não tenho nada para contar. Eu não tenho outra escolha se não ser libertado de todos os meus desejos egoístas não preenchidos.
No começo, eu estou perdido e não sei o que fazer comigo mesmo. Eu estou preocupado que não sinto a confiança habitual no conhecimento, na inteligência, tudo desaparece. O Baal Shem Tov passou por estados como estes, quando esqueceu o alfabeto; todo o seu conhecimento foi apagado, como um lactente.
Nós devemos entender que, se um estado como este nos é dado, é uma grande ajuda de cima, quando toda a minha confiança egoísta é apagada, toda a minha base material. Então, eu caio na ocultação da face do Criador, como foi dito a respeito de Moisés: (Salmos 30:8) “Você escondeu sua face e eu estava apavorado”. Afinal de contas, eu não sei no que confiar. E é especificamente depois disso que eu sinto um ponto oposto, uma nova confiança com base na dependência de que é maior.
Esta é a dependência das condições do “Tzimtzum“, a “Tela”, em todos os meus Kelim de recepção em que não quero receber nenhuma iluminação. Eu vou estar satisfeito apenas com um pouco a fim de sustentar a vida no meu corpo bestial; além disso, não quero iluminação dentro do meu ego, mesmo minimamente, por isso não vou sentir a confiança dos “senhorios”.
Eu quero ser completamente dependente do que é superior, como um feto em sua mãe. O que é superior vai fazer o que Ele quer de mim agora; eu mesmo não pareço existir! Eu simplesmente me anulo, como se não ocupasse qualquer espaço.
Se eu conseguir realizar isso inúmeras vezes, a iluminação vai chegar até mim, me dando uma sensação de confiança na minha dependência em relação ao que é superior. O superior me dá essa confiança, como um adulto faz com uma criança que se abraça a ele.
No começo eu me apego internamente ao que está acima, como um feto no ventre de sua mãe, porque não tenho possibilidade de me apegar a Ele sozinho. Eu só me anulo, e o resto do trabalho é confiado nas mãos do que está acima.
Quanto mais eu crescia, mais qualidades ruins, desejos de receber, foram desenvolvidas em mim. Eu preciso superá-los em mim mesmo, a fim de entender ainda mais o que é superior e sentir minha dependência Dele. Esta é apenas a forma como uma criança se agarra a sua mãe.
É assim que devemos ver a nós mesmos nos aderindo ao superior o tempo todo. Num estado de maturidade, eu me apego tanto a Ele que, apesar de todos os meus desejos serem estranhos e opostos a Ele, eu realizar ações com as quais tento ser como o superior e não ser separado Dele.
Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá09/08/13Shamati #72, “A Confiança é a Vestimenta para a Luz”

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Da Disseminação Externa À Revelação Do Criador


Dr. Michael Laitman

Pergunta: Cada um de nós sente a importância e a necessidade de contato físico no grupo e nos Grupos de Dez para o sentido de confiança e importância que a pessoa sente na conexão. O que pode substituir a falta de contato físico?
Nós escutamos a lição diária todas as manhãs, e temos diferentes comitês. Nós recebemos mensagens de texto a cada hora, mas fisicamente estamos juntos apenas uma vez ou duas vezes por semana.
Resposta: A questão não é quantas vezes vocês estão juntos, mas quantas vezes vocês entram em contato com as pessoas de fora. O trabalho espiritual é assim: o Criador está acima e abaixo do Criador há o grupo. No grupo, há o professor (Rav); todos os Cabalistas, de quem recebemos o nosso método, circundam o grupo e o professor, e abaixo existem as massas, a sociedade, o povo.
Primeiro nós temos que nos conectar no grupo. Esta unidade é essencial, quando cada um sai de si mesmo, realiza a primeira restrição, cria um Masach (tela) e se conecta com os outros. Depois nós nos conectamos ao Criador ao querer trazê-Lo ao grupo – essa é a segunda parte. Em terceiro lugar, quando o Criador já está entre nós, nós saímos para o público.
From External Dissemination To The Revelation Of The Creator
No público, nós começamos a sentir que isso não basta para nós, uma vez que descobrimos diferentes deficiências. Então nós voltamos ao grupo e nele voltamos ao Criador. Através do grupo, nós somos fortalecidos pelo Criador, e depois voltamos ao público. Assim, nós estamos constantemente realizando este trabalho cíclico. Portanto, o contato físico não é suficiente, nós temos que nos engajar na disseminação externa através do grupo.
Todo o nosso grupo é chamado de Israel, Yashar-El (direto ao Criador). O que significa Yashar-El? Onde podemos descobri-Lo? No mesmo lugar onde há um desejo que foi criado pelo Criador. O Criador é Luz. Nós estamos no meio, como um interruptor. Israel é o condutor através do qual esta conexão é cumprida; este é todo o nosso trabalho.
Portanto, não podemos nos conectar com o Criador se não tivermos contato com o público, uma vez que, juntamente com o grupo e todos os Cabalistas, não somos considerados um ser criado. Nós somos uma criação artificial que o Criador criou para realizar a conexão entre Ele e Seu ser criado, uma vez que nós operamos pelo desejo em nosso coração que Ele nos deu. O ponto no coração é o que é típico do nosso grupo.
Nós não geramos esse ponto; é um atributo do Criador de cima. Nós trabalhamos a partir deste ponto, de modo que só podemos ser o interruptor, o conector, o condutor, entre o Criador e os desejos. O Criador é Luz. Existe um desejo e existe a Luz que deve corrigir o desejo e preenchê-lo. Nós estamos entre os dois e temos que cumprir isso.
Vocês podem ouvir quantas lições vocês quiserem e ter comitês, mas isso não vai levar a nada. Vocês realmente vão permanecer no mesmo nível por 10 a 20 anos até secar e abandonar esse negócio inútil, pois não se envolverão na disseminação para o público!
A sabedoria da Cabalá é a revelação do Criador neste mundo! Leia a definição de sabedoria da Cabalá no artigo do Baal HaSulam “A Essência da Sabedoria da Cabalá”. A sabedoria da Cabalá é a revelação do Criador às pessoas em nosso mundo. Este é o Seu desejo, Seu objetivo, e a razão de toda a criação.
Nós temos que cumprir essa meta. Mas, em quem? Nas massas, não em nós. Se nós a cumprirmos apenas em nós, agimos egoisticamente. A revelação do Criador entre as massas não é considerada egoísta, uma vez que elas não a querem e não têm nenhum desejo por ela; elas não são egoístas em relação ao Criador. Elas não precisam Dele.
Nós, porém, precisamos Dele! Portanto, nós temos que trabalhar para elas, para descobrir o Criador entre elas, e, em seguida, esta revelação será altruísta em relação a nós. Analisem o diagrama que eu desenhei e vocês vão ver que não podem precisar do Criador se não saírem para o público. Só se vocês saírem ao público e se envolverem na disseminação vocês vão sentir que precisam Dele.
Da Lição Diária de Cabalá 25/08/13, Perguntas e Respostas com o Dr. Laitman