quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Alcançando os Mundos Superiores


Portanto, antes de realizar qualquer esforço, devemos perceber que não podemos esperar que forças superiores, sorte ou qualquer outro tratamento especial do Alto intervenham em nosso favor. Pelo contrário, devemos começar reconhecendo completamente que, se não agirmos, não conseguiremos o que desejamos.

Porém, uma vez tendo completado a tarefa, ou nos dedicado ao estudo, ou realizado qualquer outro esforço, devemos chegar à conclusão que se segue.

Tudo o que alcançamos como resultado de nossos esforços teria acontecido de qualquer maneira, mesmo não tendo feito nada, pois o resultado foi predeterminado pelo Criador.

Desse modo, se desejarmos compreender a verdadeira Providência, em todos os aspectos de nossa vida, de antemão deveremos procurar assimilar essas contradições dentro de nós mesmos.

Por exemplo, pela manhã devemos começar nossa rotina diária de estudo e trabalho, deixando para trás todos os pensamentos do Domínio Divino do Criador sobre o mundo e sobre seus habitantes. Cada um de nós deve trabalhar como se o resultado final dependesse somente de nós.

Mas, no fim, sob nenhuma circunstância devemos nos permitir imaginar que o que alcançamos é o resultado de nossos próprios esforços. Temos que perceber que, mesmo se permanecêssemos na cama o dia todo, de qualquer maneira chegaríamos ao mesmo resultado, porque isso foi predeterminado pelo Criador.

Portanto, quem desejar levar uma vida baseada na verdade deve, por um lado, obedecer às leis da sociedade e da natureza como qualquer outra pessoa; mas, por outro, também deve acreditar no domínio absoluto do Criador sobre o mundo.

Todos os nossos atos podem ser divididos em bons, neutros ou maus. Nossa tarefa consiste em elevar os atos neutros ao nível de bons.

Podemos conseguir isso ao nos conscientizarmos de que, mesmo quando nos desenvolvemos, no fim, prevalecerá a Vontade do Criador. Por exemplo, quando estamos doentes, embora saibamos que a cura está totalmente nas mão do Criador, devemos tomar o remédio prescrito por um médico autorizado e acreditar que a habilidade do doutor nos ajudará a superar nossa condição.

Mas, quando nos recuperarmos, depois de ter tomado o remédio estritamente de acordo com as ordens do médico, devemos acreditar que teríamos nos recuperado de qualquer maneira, porque esse era o Plano do Criador.

Portanto, em vez de agradecer ao médico, devemos agradecer ao Criador. Desse modo, convertemos um ato neutro em um ato espiritual e, ao repetir esse procedimento com relação a todos os atos neutros, podemos gradualmente "espiritualizar" todos os nossos pensamentos.

Os exemplos e explicações dados são importantes, porque, na realidade, tudo o que foi dito poderia se tornar sério obstáculo, impedindo nossa elevação espiritual.

O problema, às vezes, cresce porque pensamos que entendemos os princípios do Domínio Divino. Concentramos nossas energias, artificialmente, no fortalecimento de nossa crença na onipresença do Criador, em vez de trabalhar de maneira árdua em nós mesmos.

Com freqüência, a fim de demonstrar fé no Criador, ou simplesmente por preguiça, assumimos que não precisamos trabalhar em nós mesmos, já que tudo está em poder do Criador; ou ainda, fechamos nossos olhos e simplesmente confiamos na fé cega, ao mesmo tempo em que evitamos perguntas fundamentais sobre a verdadeira fé.

Porém, ao evitar responder a essas perguntas, privamo-nos da possibilidade de progredir espiritualmente. Diz-se de nosso mundo: "Ganharás o pão com o suor de teu rosto". Ainda assim, quando ganhamos alguma coisa, nos é difícil admitir que o resultado não dependeu de nosso árduo trabalho ou de nossas habilidades, mas que foi fruto do trabalho do Criador.

Devemos nos esforçar com o suor de nosso rosto para fortalecer nossa fé no domínio absoluto do Criador.

Mas, a fim de crescer e experimentar novas sensações espirituais, devemos fazer um esforço para entender e aceitar a natureza contraditória do Domínio Divino (que parece contraditório apenas devido a nossa cegueira). Somente então saberemos com exatidão o que se espera de nós. "

Fragmento do livro Alcançando os Mundos Superiores[i]