sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O Propósito Da Vida É A Auto-Realização Espiritual


Dr. Michael LaitmanPergunta: Ao estudar Cabalá, nós nos transformamos de “Nações do mundo” em “povo de Israel.” Se eu entendi corretamente, ao alcançar a realização espiritual nós obtemos maior sofrimento do que as “Nações do mundo”? Ou será que entendemos a relação de causa e efeito?

Resposta: Eu tenho muitos amigos da escola, universidade, com quem às vezes mantenho contato. Eles são pessoas normais, desenvolvidas, mas não me entendem. De qualquer forma, eu não negligencio nenhum deles; eu os aprecio e os amo, mas nós somos apenas pessoas diferentes.

Então, nós não podemos avaliar a nós mesmos em relação aos outros. É mais fácil para uns e mais difícil para outros; todo mundo tem seu próprio destino. A única coisa que uma pessoa deve fazer é realizar a si mesma.

Você não deve invejar ninguém, dizendo: este é sortudo, veja como ele é rico; e este aqui é um preguiçoso, mas tudo é mais fácil para ele; um terceiro nasceu “com uma colher de prata na boca”. Isso não vai ajudar. Isto sugere que você apenas não sabe como realizar a si mesma. A pessoa tem que aprender!

Pegue seu desejo mais profundo, mais verdadeiro e nostálgico, e comece a ser você mesmo. Você verá que este é o melhor que pode acontecer. É improvável que você vá ser feliz se trocar de lugar com alguém. Somente ao se realizar, tornando-se semelhante ao Criador, você estará completamente satisfeito.

Quanto mais a pessoa segue adiante, quanto mais avança, maior vazio emerge nela. Mas esses vazios tornam-se repletos de discernimentos, um sentido de eternidade, perfeição, vida eterna, uma sensação de Infinito. A pessoa vê o universo de uma ponta à outra.

Por exemplo, uma pessoa normal neste mundo, um pastor que anda com as vacas no campo, assobiando, sentindo-se bem, vivo, sem preocupações em sua cabeça. Nós podemos ter inveja dele? Sim, é claro. Mas inveja do quê e até que ponto? Afinal, chegará um momento quando ele vai realizar seu programa.

Portanto, não pense no sofrimento. Realize-se! Caso contrário, no fim das contas, você amaldiçoa o Criador por ter criado você. O que poderia ser pior do que isso? Então, vamos ser gratos!

Da Convenção em Novosibirsk 09/12/12, Lição 5

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

As Faces Do Faraó

Os vasos de doação, que uma vez foram separados, caíram nos vasos de recepção, e agora são encontrados lá, sob seu controle. Este estado é chamado de “exílio” e se expressa no fato de que o desejo de receber está utilizando a qualidade de doação com a intenção de doar na intenção de receber.

Isto é, o “exílio” é um conceito espiritual que não é simples. Eu o alcanço verdadeiramente quando sei que doo ao Criador a fim de receber prazer Dele. Eu sou todo Klipa, e isso quer dizer que estou no exílio, num nível espiritual muito alto de uma conexão contaminada com o Criador. Existem apenas duas forças: de recepção e de doação. E eu, a força de recepção, recebi a força de doar, a retenho e a utilizo para o meu próprio prazer.

Hoje, no entanto, eu não sinto que estou no exílio; ao contrário, eu me identifico com o desejo de receber. Se eu me identificasse com o desejo de doar, eu teria dito que estou no exílio, sob o controle do Faraó, ou seja, do ego. Cada vez que eu quisesse doar, eu teria subitamente sentido que atuo em prol de receber.

Nós podemos dividir o exílio do Egito em fases, de acordo com o sentimento do exílio. Baal HaSulam escreve sobre isso em sua Carta 14: E a questão é que a medida que o povo de Israel pensava que o Egito o escravizou e o perturbou no seu trabalho para o Criador, na mesma medida ele realmente estava no exílio egípcio. Tudo depende do “usuário”, aquele que recebe e sente. Por exemplo, quando Moisés matou o Egípcio, os Judeus o denunciaram. Eles não sentiam que estavam no exílio, mas ao contrário, era Moisés e não o Faraó que tornava suas vidas difíceis.

Portanto, quando aconteceu a quebra, os vasos de doação, ou as almas de Israel que são chamadas de Yasher Kel (ou seja, a intenção de doar), caíram nos vasos de recepção, na intenção de receber. Mas isso em si não quer dizer nada. Nós precisamos de esclarecimento, com o qual seremos capazes de nos identificar tanto com os vasos de recepção quanto com os vasos de doação. Se no Egito eu me identifico com os vasos de recepção, eu estou florescendo, como o Faraó que está construindo belas cidades (Pitom e Ramsés) para si.

Por outro lado, para aquele que quer chegar à doação, essas são cidades pobres, perigosas: “Talvez não sejamos capazes de sair do controle do ego, do controle do Faraó!”.

Portanto, nós devemos entender onde estamos. A pessoa que tem um ponto no coração, que já anseia pela sabedoria da Cabalá, a revelação do Criador, precisa sempre verificar a si mesma: “O que em mim prevalece agora, o desejo de receber ou o desejo de doar? Se for o desejo de receber, então eu sou um trabalhador do Faraó; se for o desejo de doar, então eu sou ‘Israel no exílio’”.

Este é o primeiro discernimento. Depois disso, se a pessoa o desenvolve, ela finalmente sai o exílio. Como o Rabash escreve no Shlavey Sulam (Os Degraus da Escada) (1985/1986), Arrtigo 6: Verifica-se, que o exílio é o estado do Kli, e a redenção é a Luz e doação. É exatamente de dentro dos problemas, quando sentimos que estamos sob este controle, que o novo vaso começa a se formar, com o qual a pessoa sai do exílio. Não há vasos prontos; “vasos” são novos discernimentos que geramos a partir do trabalho no Egito, no exílio, as quatro fases, que no final criam um desejo completo que sente que isto se tornou a redenção para nós.

Na verdade o que é a fuga do Egito? De quem você está fugindo? Do desejo de receber? Não, ele permanece do mesmo modo que o desejo de doar permanece. Então, por que Faraó se inverte?

Na primeira fase, o grupo de Abraão saiu da Babilônia, ou seja, do desejo de tirar vantagem do Criador para seu próprio bem. Em outras palavras, os vasos de doação fizeram uma “restrição” em seu desejo de receber, que na época não podia ser corrigido, e eles se separaram dele. Mais tarde, esse desejo cresceu – apareceu Isaac, que representa a “linha esquerda”, e ele se separou de Esaú. Cada vez o desejo de receber é acrescentado a nós, e nós fazemos esclarecimentos e nos desconectamos dele, deixando-o para o futuro, até que sejamos capazes de trabalhar com ele.

Nós só adicionamos a nós mesmos, à intenção de doar, os vasos que somos capazes de corrigir.

Portanto, o “Faraó” é um desejo de receber muito grande que veio depois que o povo de Israel se preparou para o novo estágio. Primeiro eles completaram o próximo nível no desejo de receber chamado “Jacó”. Então, a necessidade de continuar a crescer foi criada, que é chamada de “fome na terra”, e eles desceram para o Egito.

No início, o Faraó era bom e a vida do povo de Israel no novo lugar era boa. Eles sentiram que o acréscimo do desejo de receber não atrapalhava o desejo de doar. Assim, num primeiro momento, eles conseguiram viver no Egito: eles controlavam seu desejo de receber. Portanto, este não era o exílio, mas “sete anos de saciedade”.

Mais tarde, quando os filhos de Israel se conectaram ao novo vaso, este se transformou em “sete anos de fome”. O desejo de receber continua a crescer, e em algum momento, eu não sou capaz de fazer nada com ele. Lentamente ele “me engole” e me coloca no desejo de doar a fim de receber. O Faraó toma cada vez mais dos filhos de Israel, e eles são impotentes contra o seu controle. Este desejo simplesmente os engole, como um crocodilo, e nada é deixado de doação, e o Faraó cresce. Finalmente, da escuridão total, o ponto no coração desperta em nós: Moisés que nos tirará do Egito.

Este é o caminho do desejo de receber, e estes são os discernimentos típicos por ele. A história toda é desenvolvida dentro do desejo. Depois de sair da escravidão no Egito, chegamos ao “Monte Sinai”, a montanha do ódio (Sina). Este é o mesmo Faraó, só que de uma forma diferente. Mais tarde, repetidamente, somos confrontados com o egoísmo crescente. Cada vez de uma forma diferente, e isso nos permite continuar a fazer as correções.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/11/12, “Exílio e Redenção

do blog do Dr Michael Laitman As Faces Do Faraó

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O Método De Evocar O Amor

Dr. Michael LaitmanNós vemos que o mundo carece de unidade. O mercado comum europeu pode servir como um exemplo brilhante disso. Os europeus se esforçaram para criar a unidade, mas esqueceram que ela deve ser apoiada pelo desejo e boa vontade de se conectar entre pessoas, países e nações.

Não basta estabelecer ligações financeiras, industriais e comerciais. As coisas não funcionam sem a intervenção humana. Hoje, de forma a tornar o negócio rentável, temos que manter boas relações com os empregados, passar fins de semana com eles e suas famílias, abrir creches, e assim por diante. Muitas coisas carecem de um elemento humano.

No entanto, os arquitetos da Europa não levaram em consideração o fator humano. Eles não incluíram a educação integral em seu programa. Eles não têm ensinado as pessoas a se unir e se tornar uma entidade, em vez de simplesmente participar de um mercado comum. É por isso que os seus projetos falharam.

Em Israel, nós devemos considerar tais coisas. A correção deve ser feita através dos meios de comunicação. Eu falei sobre este fato no fórum em Arosa há seis anos. Nós devemos envolver televisão, rádio, imprensa, internet, programas educacionais, e cursos no local de trabalho e nas escolas. Temos que construir um ambiente que vai lembrar as pessoas da necessidade de se unir para sobreviver.

Não se trata de serem educados entre si, como os adultos que pedem as crianças pequenas para parar de brigar. Nós estamos diante de uma escolha muito difícil: ou vamos para o caminho da discórdia ou escolhemos o caminho da unidade. Levando em consideração as ferramentas de destruição que temos à nossa disposição, é extremamente perigoso escolher a primeira opção.

Pergunta: Que dificuldades o povo de Israel vai enfrentar se não aspirar à unidade?

Resposta: Os profetas previram coisas muito desagradáveis. O povo de Israel vai implantar a sua predeterminação de qualquer maneira, mesmo que isso exija uma enorme pressão e situações difíceis.
Diz-se que a aflição potencial não é limitada pela próxima guerra mundial. Como está escrito nas Escrituras Sagradas, “As mãos das mulheres piedosas cozeram seus próprios filhos. Eles serviram de comida para elas”. Péssimos comentários são dados a este respeito. Todos eles são feitos para obrigar o povo de Israel a cumprir sua missão de corrigir o mundo.

O povo de Israel tem que perceber que ninguém mais no mundo tem autoridade, exceto ele, nem ninguém mais tem a chance de realizar esta tarefa. As explicações que são dadas às outras nações são necessárias somente para fazê-las compreender o papel do povo de Israel, e depois obrigar o povo de Israel a agir de boa-fé, evitando catástrofes, empurrando-o para começar a fazer o seu trabalho.

Como a nossa correção tem uma natureza comum e recíproca, o povo de Israel deve elucidar e disseminar o conhecimento disto e implantar o método da educação integral, que explica como unir e onde começar o processo. Nós conduzimos nossas atividades em Israel para demonstrar que isto é possível e para iniciar esta prática.

Em todos os lugares que vamos, nós tentamos organizar mesas redondas e criar uma atmosfera de colaboração. Isso se aplica não só aos judeus, mas a todos os que vivem aqui. Todos os nossos vizinhos e o mundo inteiro devem entender que isto é possível.

O objetivo do povo de Israel está intimamente ligado à correção do mundo. Como está escrito: “E vocês serão para Mim um reino de sacerdotes e uma nação santa”, o que significa que as centelhas de doação e amor devem se derramar sobre todas as nações através dos filhos de Israel. Se este país não optar por agir em conformidade e não transmitir a Luz ao mundo inteiro, vai ser privado de seu papel no cenário mundial e, assim, vai se transformar em uma parte desnecessária.

O princípio do “amai ao próximo como a ti mesmo”, é a base do povo Judeu. Isso tem sido preservado desde que Abraão o formulou pela primeira vez. No entanto, estas não são apenas palavras bonitas, mas uma metodologia real de conquista da unidade que permite a agitação do amor de outras nações e, consequentemente, a união, de forma que todos se tornem como “um homem com um coração”.

O método é bastante simples. O egoísmo (a linha esquerda) está se desenvolvendo rapidamente dentro de nós, mas nós temos que chegar à linha média. Para isso, nós nos sentamos numa mesa redonda, ou sem ela, em grupos de 10 pessoas e começamos a falar sobre unidade e solidariedade. Ao mesmo tempo, cada um dos nós diminui a sua linha esquerda (ego) e nós aumentamos a parte que está orientada ao amor e à conexão com os outros. Como resultado, a linha esquerda diminui, ao passo que a linha direita se move para cima.

Então, enquanto estamos aplicando esforços para nos unirmos, vemos que isso é possível por causa do poder do amor (a linha direita), que governa entre nós. Se acontecer de nos unirmos, vamos resolver os problemas que são causados ​​pelo nosso egoísmo, ou seja, em nossa linha esquerda. Quando isso acontece, não é tão complicado combiná-los, e desta combinação nós podemos aumentar a linha média.

Agora, nós entendemos que os filhos de Israel passaram pelo exílio e não por acaso; eles precisavam adquirir o seu ego. Isto amplia o valor do amor que eles possuíam na época do Templo.

Em hebraico, o Templo significa “Casa de Santidade”, isto é, um vaso espiritual geral onde a doação mútua e o amor recíproco habitam. Nos tempos antigos, o povo Judeu alcançou isto até certo ponto, mas, basicamente, eles devem atingir o nível do Terceiro Templo. Hoje, nós temos que voltar a amar, indo acima do egoísmo que foi adquirido no exílio e exaltá-lo acima da linha esquerda para o nível que é chamado de “o Terceiro Templo”.

Da Conversa em 05/06/12

do blog do Dr. Michael Laitman  O Método De Evocar O Amor

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A Unidade Dos Irmãos: O Melhor Presente Para O Pai

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que transforma todas as nossas orações em uma oração? Como podemos pedir pela  mesma coisa juntos? 
Resposta: A fim de fazer isso, temos que explicar repetidamente que é impossível elevar uma oração sozinho. Tal oração não é aceita.
Nosso objetivo é que o desejo de receber se una num todo com uma intenção, como era antes. Havia totalidade até que a quebra inseriu a intenção de doar em cada grão do desejo de receber. Agora, esta intenção quebrada está sob o domínio do ego, mas com isso  há uma conexão entre os dois desejos, o desejo de receber e o desejo de doar, como se estivessem misturados, e assim eles podem ficar juntos.
Mas esta conexão traz a seguinte questão: Como devemos trabalhar? Como devemos esclarecer as coisas, se levarmos em conta que os desejos estão em você? Visto que você tem que processar a sua parte “privada”. A correção não é quando o desejo de doar controla o desejo de receber, mas quando, após a quebra, os desejos de receber são conectados pelos desejos de doar.
Nós somos inclinados a trabalhar individualmente: “Eu estou disposto a fazer tudo o que o Criador exige de mim”. Se Ele quiser que eu doe, eu irei doar; se Ele quiser que eu realize uma adesão com Ele, irei realizá-la. Eu estou pronto para qualquer coisa em meus vasos particulares, “Só me diga o que tenho que fazer”. Mas se conectar com outras pessoas, através dos atributos de doação que você herdou durante a quebra, de jeito nenhum.
Enquanto isso, o Criador desfruta sua ação que visa à conexão. Porque assim você está usando Seu poder, e, em vez de odiar os outros você os ama. Com isso você se desenvolve em direção à força do amor, ao querer se assemelhar ao Criador, embora pareça que você não tem relações com Ele. No final, você pretende dar alegria a Ele, mas a ação em si é satisfeita entre nós; sua unidade com os amigos é um prazer para o Criador.
Nós somos feitos de desejos de receber que querem ser preenchidos, e também de desejos de doar que estão à procura de uma oportunidade de lucrar à custa da doação aos outros, para usar os outros de uma forma mais astuta. Você tem que inverter tudo isso para se conectar com os outros, “como um homem em um só coração”. Se você se conecta com os amigos para dar alegria ao Criador, e se ao mesmo tempo você se torna como Ele no seu desejo de receber, então, você está dando alegria a Ele, e, assim, alcança o que é desejável.
A criança que Ele criou e preparou finalmente quer se parecer com Ele, ser como seu pai; ela quer ser independente, assemelhar-se a Ele em suas ações. Você não pode e não precisa fazer nada, exceto dar este prazer a Ele: crescer através da conexão com outros.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 30/11/12, O Zohar 

do blog do Dr. Michael Laitman A Unidade Dos Irmãos: O Melhor Presente Para O Pai