quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Um Milagre Que Não Tem Fim - Por Michael Arshavsky


Num mágico e distante país, havia uma escola para mágicos. Como qualquer outra escola, havia estudantes e professores, tarefas e férias. No fim do ano, os mágicos principiantes demonstravam o que aprenderam.
Entre os estudantes desta escola, havia um menino chamado Artur, o Arbusto Verde. Seus amigos lhe deram este apelido após um dia na classe: ele transformou acidentalmente seu cabelo num pequeno arbusto verde e, por muito tempo, não conseguiu trazê-lo a sua aparência original.
Artur participou do show anual de mágica juntamente com outros estudantes. Você sabe qual o truque que ele preparou? Não, não foi uma cama voadora ou um bastão de doce que não tem fim. Artur inventou um tapete mágico. Tudo o que você devia fazer era ficar sobre o tapete, pular duas vezes com o seu pé esquerdo, dizer “Chick-truck”, e imediatamente um dos seus desejos seria concedido. Entretanto, como o Artur ainda era um principiante e ainda não possuía um verdadeiro poder mágico, principiante e ainda não possuía um verdadeiro poder mágico, a sua magia só funcionava por um minuto.
A fim de testar a sua nova invenção, Artur decidiu ir a uma pré-escola nas proximidades. Lá, ele convidou as crianças a ficarem sobre o tapete e fazerem seus pedidos. Todas as crianças correram para o tapete mágico, mas o pequeno Nick chegou primeiro. Ele era o menor da classe. Até mesmo as meninas eram mais altas do que ele. Nick ficou sobre o tapete, pulou duas vezes com o pé esquerdo, disse as palavras mágicas, “Chick-truck”, e gritou em voz alta, “Eu quero ser grande, maior do que todos!”.
Imediatamente, Nick começou a crescer. As crianças observaram-no espantadas. Primeiro, ele se ficou maior do que todos na classe, depois maior do que o Artur, depois maior que a sua professora, e, então, a sua cabeça tocou o teto. Porém, ele não levou em conta as suas roupas ao fazer o seu pedido, e elas ainda eram muito pequenas. Suas calças rasgaram, seguido de sua blusa, e até mesmo as tiras de suas sandálias se romperam e voaram em várias direções.
As meninas começaram a rir. Os meninos saíram gargalhando. Nem o professor pôde ajudar senão rir da cena. No entanto, o tempo da mágica terminou, e Nick retornou a sua altura original. Artur teve que soletrar umas palavras mágicas para restaurar suas roupas arruinadas.
A próxima a pisar sobre o tapete foi Jéssica. Dois saltos com o pé esquerdo, “Chick-truck!” e… a garota bloqueou. De repente, havia tantos desejos girando em sua cabeça. “Uma boneca! Não, uma barra de chocolate! Talvez um carrinho? Não, isto é para meninos. Um novo vestido! Não, minha mãe vai comprar o vestido para mim de qualquer maneira, e este irá desaparecer em um minuto. O que eu devo escolher?”
Então, o seu olhar vislumbrou uma prateleira cheia de bichos de pelúcia, e ela lembrou de que forma havia imaginado que todos os animais estavam vivos. Esta memória afastou todos os outros desejos e o tapete mágico começou a trazer à vida os animais, um por um.
A sala foi preenchida com o som de batidas de asas e gritos de aves voando no ar, batendo seus bicos nas janelas fechadas. Os gatos que voltaram à vida estavam miando e pulando para pegar os pássaros. Cães grandes e pequenos corriam atrás dos gatos, latindo alto, e ursinhos rolavam no chão, tentando derrubar um ao outro.
Enquanto as crianças se espremiam com medo em torno da professora, Artur correu e arrebentou a janela. As aves voaram para fora; os gatos pularam atrás das aves; os cães correram atrás dos gatos; e, os ursinhos rolaram para a rua rosnando com prazer. Em um minuto, todos os animais se transformaram novamente em brinquedos e, por um bom tempo, as crianças encontrarão seus bichos de pelúcia na rua.
Vários minutos se passaram antes que alguém se atravesse a pisar no tapete mágico. Então, de repente, um menino chamado Alex teve um pensamento. Ele se lembrou do seu amigo Pete, que tinha uma terrível dor de dente pela manhã. Pete nem pôde comer a maçã que ele trouxe de casa. Alex deu um passo à frente e subiu no tapete mágico. Dois pulos com o pé esquerdo, “Chick-truck, eu quero que a dor de dente do Pete desapareça”, ele disse.
Imediatamente, todos ouviram a risada alegre do Pete. “Obrigado, Alex!” exclamou. “Vamos dividir a minha maçã.” Então, para alívio da professora, as crianças foram chamadas na lanchonete, e a mágica terminou.
Artur, o Arbusto Verde, enrolou sua invenção e seguiu atrás das crianças. Ele sabia que num minuto a dor do Pete retornaria, e ele teria de achar um modo de confortá-lo. Mas, estava enganado! Para surpresa de Artur, Pete continuou a comer, ranger os dentes, e sorrir em voz alta para divertir seus amigos.
Artur passou muito tempo refletindo sobre esse milagre. Por que a mágica não acabou num minuto? Artur tinha criado o tapete, e ele certamente sabia quanto tempo a mágica duraria. Incapaz de encontrar o motivo, ele decidiu perguntar ao seu professor. O velho e sábio professor ouviu a história de Arthur com atenção e sorriu entusiasmado. Ele bateu gentilmente na cabeça de Artur enquanto pronunciava as palavras que permaneceriam com ele para sempre.
“Lembre-se, meu pequeno amigo”, ele disse. “A Mágica que é feita para outros NUNCA termina”.